DESCULPA (OMISSÃO)
São poucas coisas na vida,
Que ainda me deixam perplexo,
Mas são tantos procurando uma saída,
Tentando à frágil existência dar um nexo.
Enquanto poucos gastam milhões,
Em galerias de arte, leilões e bacanais...,
Usufruindo a abundância e alegria;
Que deveriam ser para todos os demais.
É certo, que existe quem não mereça;
O gozo de nenhuma regalia,
Pois nada faz para merecer,
Mas não é justo, que poucos detenham;
O que, a todos deveria pertencer.
E assim vai crescendo a hipocrisia,
Onde alguns se compadecem da gentalha,
Se sentindo bem, fazendo um pouco de filantropia,
Repassando a alguns miseráveis as sobras,
Restos, algumas migalhas.
Talvez deles não seja toda a culpa,
De serem assim tão insensíveis,
Afinal não criaram o sistema, só “pegam garupa”,
No entanto o apóiam de todas as maneiras plausíveis.
Esta omissão é das coisas raras
Que ainda me deixam perplexo,
Por mais que elas sejam claras,
Não dá pra encontrar um nexo.
È cobra grande engolindo cobrinha.
N. União – 2002 - Riedaj Azuos