HUMANOS ANIMAIS
(Poema do livro Calvário Nacional, de Gilnei Nepomuceno)
Encontrei-me numa rua
Chão de pedra
Moderna cidade
Esgoto, podridão
Sociedade
Saí pelo campo e vi a tristeza
Poluição, desmatamento
Árvores secas, sem beleza
Destruição
Animais morrendo
Mudei de caminho, voltei à cidade
Deparei com o pranto
Com gente sofrida,
Sem destino, sem encanto
Com a vida perdida nas latas de lixo
Buscando comida
Doeu-me a tal cena
Humanos animais, comendo carniça
Restos do progresso
Nas mesas da vida cruel injustiça
Peguei outro atalho, mas nada mudou
A violência eu vi
Sangue e dor, homens querendo subir
Eterna disputa
O poder sugando a fraqueza
O rico mais rico, o pobre mais pobre
Desgraça versus nobreza
Não existe jeito, extinguiram a paz
O mundo jamais será perfeito
Enquanto houver humanos animais.