MENDIGO
Garganta seca
Palavra ressecada
Boca amarga o gosto da sarjeta
A chuva lava alma e rasga a carne
Destroi o osso
Da desgosto
Sem nome,telefone
Sem conta bancaria,divida ou sobre nome
Perambula,vadeia
A lua como companheira
O vento frio,argoniza lento
Deitado sangra por dentro ao relento
De dia o olho nao brilha
O sol lhe arde
A verdade em seu olhar sofrido
Teu sonho,nao era isso ter vivido
Feridas e escares te cobre a pele
O corpo a miseria padece
O odio de se mesmo cresce
Agua nao desce
So cachaça lhe aquece
Verdadeiro tormento
Suplicas de lamento
A esmolar pelas encruzas