MENDIGO

Garganta seca

Palavra ressecada

Boca amarga o gosto da sarjeta

A chuva lava alma e rasga a carne

Destroi o osso

Da desgosto

Sem nome,telefone

Sem conta bancaria,divida ou sobre nome

Perambula,vadeia

A lua como companheira

O vento frio,argoniza lento

Deitado sangra por dentro ao relento

De dia o olho nao brilha

O sol lhe arde

A verdade em seu olhar sofrido

Teu sonho,nao era isso ter vivido

Feridas e escares te cobre a pele

O corpo a miseria padece

O odio de se mesmo cresce

Agua nao desce

So cachaça lhe aquece

Verdadeiro tormento

Suplicas de lamento

A esmolar pelas encruzas

Raphael MUKUMBI Lisboa
Enviado por Raphael MUKUMBI Lisboa em 04/10/2012
Reeditado em 09/10/2012
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