Nau Frágil
Filho do trovão que sucede o relâmpago
e antecede a tempestade.
Albatroz que voa sem respeitar limites e
enfrenta o mar algoz.
Grande navegante que rompe a barreira
dos confins dos sete mares.
Não és Aquiles e não tão perto chega a ser Páris,
bravo e vil colosso, ostenta teu machado na mão direita.
Os inimigos aos seus pés deita enquanto o som do réquiem
rompe os estampidos dos canhões na proa.
Batalha de dois deuses onde quem morre é servo
mas na memória deste me conservo.
Oração pagã para almas atormentadas e ao mundo
imaginário acorrentadas.
Fibra livre que quebra-se e presa preserva-se e nos
estilhaços da madeira de lei ganhei olho de ciclope.
Força arrematadora de mil almas atormentadas que
frente a esta força não passa de bloco de areia sendo molhada.