RUAS
RUAS
O que oferecem as ruas?
Vê-se em cada beco de cada rua, em cada esquina,
Em cada transversal de cada rua, em cada viela,
As mesmas sequelas, as mesmas cicatrizes!
Mesmas atitudes discricionárias, mesmas solicitudes.
Homens constituindo-se em lobos do próprio homem,
Meninos correndo soltos sem rédeas...
Corpos comercializando gozos.
Gente falsificando felicidade!
As ruas parecem tão estreitas, tão enigmáticas...
Nas ruas, vê-se de tudo,
São como dosagens de sal e pimenta!
Gente de porre, no fito de esquecer a vida.
Uns trafegam sem rumo,
Outros por rumos exagerados!
Que paz nos oferece as ruas?
Quais apelos nos seduzem!
Vê-se em cada rosto,
Possíveis adversários.
Sem percebermos que somos reflexos,
De mesmos espelhos,
Chamado coletividade!
E marchamos com medo.
Vejo também nessas ruas, marquises,
E um amontoado de seres humanos,
Sonhando, viajando, sob essas marquises...
Albérico Silva