Alfarrábios da Dor
É meia noite!
resta "pútrefa" sobre o leito
a dor que fere o peito.
Lacerada e ulcerada
regurgita o que ao estômago
se achega.
É escorreito o pensamento
que bruto se alquebra
com o leito farto de dor.
Para quê tudo isso?
Sem base e entricheirada
se aquedou em nome da cria
e da luz da pura ilusão.
Restou ao filamento,
ao canto e recanto
que úmido, aos cílios,se acumulou
Fundou rios e mares
quando do peito arrancou
os últimos alfarrábios da dor.
O que fazer neste mundo impreciso
se seus olhos
não verão mais seus sorrisos?
Em homenagem à Mãe de João Hélio, morto no Rio de Janeiro