LAVRADORES

LAVRADORES

Do suor das mãos que consagra,

Abre-se em chagas a derramar orvalho sobre a natureza.

Saciando o cio da terra!

Dos pés gastos, solas pungidas, rotas e carcomes,

Nascem rotas benditas, trilhas sonoras,

A cantar cantigas nas oscilações das mãos que trabalham...

Num apropriado colosso nas mãos que auxiliam!

Singrando mar imenso, semeando esse manto verde.

Plantando progresso!

Fomentando o pão da vida!

Nas entranhas da terra...

Homens, lavando, enxaguando,

Esse solo por dentro e por fora,

Com o suor que desmorona dos poros.

A deixar rastros de prosperidade...

Mãos calosas, em cujos tilomas leem-se a realidade,

E os históricos de vida!

Olhar peregrinando sobre montanhas de sonhos,

A vivenciar esperanças como fantasias,

A beberem dos mesmos cálices, nas mesmas cacimbas...

E, o Sol fastígio que lhe sorri na face,

O torna mais um espantalho,

E seguem,esquecidos no anonimato!

Albérico Silva