BENEPLÁCITO AO BARDO

Meu pobre povo em cafuas

Perdendo da vida o brilho

E uma gama de bilontras

De cavaqueira em corrilhos

A banzar sujas artimanhas

Que os levem a compelir

Este povo babélico, e columbino

A por alvedrio se combalir

Tentando assim concatenar

O desapego, e a desavença

Com a falta de vítualhas

E o prélio onde ninguém vença

Qual cascavel em coleio

Na Catanduva á espera

São estas vis oligarquias

Que sangram nossas quimeras

Pregando suas falsas prédicas

Em seus sistemas deletérios

Em arcano traçam planos

Para praticar seus vitupérios

As massas vagam sem alvedrio

Seguindo qualquer atoarda

Num vai e vem de regimes

Em luta aos civis, e as fardas

E o sistema viperino

Molda um utópico vergél

Dando espórtulas às urbes

Que seguem a risca o papel

De não imporem travancas

Ao seu veso bigorrilha

De ter nas mãos, beleguins

E políticos na planilha

Só quem é bugre resiste

“E o poeta, ser cosmopolita”

A esta inversão de valores

Que na pobreza palpita

Porque são quinhentos anos

Extraviados no pó da estrada

Com o tudo sendo engolido

Pela vil ganância do nada

No esplendor de mega-festas

Que matam a moral do homem

Onde se queimam recursos

E os pobres morrem de fome

E DEUS, vendo o bardo em derriço

Com a justiça e a verdade

Deu beneplácito ao seu verso

De se erguer contra a maldade

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 12/09/2012
Código do texto: T3878755
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