BENEPLÁCITO AO BARDO
Meu pobre povo em cafuas
Perdendo da vida o brilho
E uma gama de bilontras
De cavaqueira em corrilhos
A banzar sujas artimanhas
Que os levem a compelir
Este povo babélico, e columbino
A por alvedrio se combalir
Tentando assim concatenar
O desapego, e a desavença
Com a falta de vítualhas
E o prélio onde ninguém vença
Qual cascavel em coleio
Na Catanduva á espera
São estas vis oligarquias
Que sangram nossas quimeras
Pregando suas falsas prédicas
Em seus sistemas deletérios
Em arcano traçam planos
Para praticar seus vitupérios
As massas vagam sem alvedrio
Seguindo qualquer atoarda
Num vai e vem de regimes
Em luta aos civis, e as fardas
E o sistema viperino
Molda um utópico vergél
Dando espórtulas às urbes
Que seguem a risca o papel
De não imporem travancas
Ao seu veso bigorrilha
De ter nas mãos, beleguins
E políticos na planilha
Só quem é bugre resiste
“E o poeta, ser cosmopolita”
A esta inversão de valores
Que na pobreza palpita
Porque são quinhentos anos
Extraviados no pó da estrada
Com o tudo sendo engolido
Pela vil ganância do nada
No esplendor de mega-festas
Que matam a moral do homem
Onde se queimam recursos
E os pobres morrem de fome
E DEUS, vendo o bardo em derriço
Com a justiça e a verdade
Deu beneplácito ao seu verso
De se erguer contra a maldade