O GRITO
O GRITO
Oh meu ouvido médio! Minha caixa timpânica, trompa de Eustáquio!
Martelo, bigorna e estribo adoidam-se com a voz de estentor,...
Perturbam a psicopatia calma e saltam-me pensamentos de batráquio
Minha epigênese primata evolui acre nos tojos do seu horror,...
Porque gritas? Acalma-te! Saia do parasselênio diáfano do teu caos
A microzima de um infarto acolher-te-á na simpatia dos teus maus.
O grito,... É a poética de uma raça privada de argumentos,...
E o escândalo esclerótico de razões em subdesenvolvimentos.
Necessito extorquir da garganta em pândegas, o som, a língua
O volume prisco, os gases sustenidos quer baralham meu senso
Hás de emudecer-te quando tiver de tomo o bojo da íngua...
O câncer das cordas vocais, as úlceras antagonistas do descenso
Teu corpo sanatório exigirá infrene o antídoto dessa ignorância
O controle da hipertensão, a anasarca de teus atos sem substância
E a fleuma do teu AVC. Basto é o adjetivo para tua descompostura
Ilustre-se na biblioteca de boas maneiras, para o bem da tua cultura
E descerebre suas endechas ao expor o grito frente do pensamento.
Os meus ouvidos já têm seus neurônios em paz no cérebro de guerra
Marcham constantemente nos meus fátuos movimentos sem-terra
Esses! Sou obrigado a suportar,... Esbordoam-me desde o nascimento.
CHICO DE ARRUDA.