Favela
FAVELA
Tudo feio, tudo triste.
Cabanas e mais sujas cabanas
Dentro delas pedaços de gente
Parecem viver, mas não vivem.
Mulheres, quase todas barrigudas.
Seres jovens com cara de rapina.
Um boteco e a pinga rolando.
Lá estão àqueles a quem o vencer não veio
E assim tratam de esquecer
Aquilo que sonharam querer.
Cadáveres ambulantes caminham sem rumo.
A peste da fraqueza invade seus membros.
O humor não paira, o bom perece.
Só o ódio e a vingança permanecem.
Assim eles vegetam,
A morte não temem.
Os pequenos reclamam
Quando a fome invade.
Assim mais um dia passa
E o pão não veio.
O dia amanhã mais triste será
Pois a fome já os acompanhará.
Escrito por Cristawein