O meu voto é conciente

Hoje de tarde me chegô

Na ponta de meu terrêro

Um grande e ilustre Dotô

Risonho e munto facêro

Foi apertando mi'a mão

Mim chamando cidadão

Perguntando que qui há

Sempre alegre e sorrindo

Entonce foi me pedindo

Pra mode nele eu votá.

Disse ele cidadão

Eu sô um homi do povo

Eu tombém amo o sertão

Por isso tô aqui de novo

Diga o que tá precisano

Pois eu tô lhe iscutano

Conte toda a sua dô

Pois sô um homi direito

E dispois que eu fô inleito

Protejo meus inleitô.

Peça logo o qui quizer

Diga o qui tá precisano

É rôpa pra sua muié

Pu favô vá mim falano

Pois sô um amigo seu

O siô é amigo meu

Tô aqui pra lhe ajudá

Hoje aqui lhe dô a mão

E no dia da inleição

O siô ne mim vai votá.

Dotô falo a vosmicê

Com toda a minha revorta

Num quêra se ofendê

Mais cum ninguém cê simporta

Quando passa a inleição

Ocê some do sertão

E depois de quato ano

Aparece aqui de novo

Dizeno que é do povo

Mais desta vez num me ingano.

Agora se alevante

Com seu caminhá facêro

Posso ser inguinorante

Mas num quero seu diêro

Num sô homi de ciença

Mais eu tenho consciença

E sei o qui é votá

E nem que eu morra de fome

Mas eu só voto num homi

Se fô para miorá.

Ele tem que trabaiá

Para todo este povão

Vai ter que se preocupá

Cum saúde, inducação

Inverti na sigurança

Pois isso tem importança

É cum isso que mimporto

Por isso Dotô lhe digo

Se fizé isso o amigo

Pode contar cum meu voto.

Por: João Rodrigues

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 24/08/2012
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