Acidez do Aço
Da siderúrgica, moldo as palavras de aço, forjadas na acidez
Da bomboniere, o boneco de açúcar dissolve-se em sua solúvel tez
Do céu, escorre a chuva hidratando os alheios e frágeis telhados
Do chão, minha vítrea telha recebe o beijo de seus lábios rachados
Na vida, deslizo no cotidiano cru, belo, e pós-modernicamente atolado
Na rua, entre guetos e nobreza percebo o abismo que me deixa bolado
No tempo, escorrem as horas acavaladas nos dando o controle da ilusão
No tímpano, o canto da sereia seduz e escraviza, louvemos a televisão