Cálice de plástico
Na mesa imunda
Do boteco vermelho,
Um rosto pintado
Refletido no espelho.
Ao anfitrião
Um copo de plástico
Com um estranho
Líquido vermelho!
Cigarro barato
Com o perfume que exala devaneio...
A conquista serena,
De seios fartos, despojados...
Amamentando ilusões vagabundas.
Um corpo surrado,
Que transporta um passado abusado...
Um corpo usado,
Verdadeiramente defasado...
Um corpo cansado,
De valores que perdem pudor...
Um corpo sonhado,
De alegrias oriundas do amor...
E surge o amor da criada!
Saciar o homem distinto,
Que fora dos sonhos,
Ostenta pudores e valores superiores!
Na calada da noite...
Compram-se sonhos,
Compram-se corpos
Compram-se valores
Compram-se lágrimas
Compram-se covardia
Compram-se heresia
Compram-se hipocrisia
Compram-se alegria
Que sustentam a coluna do poder...
Sangue e lágrimas escorrem
Pausadamente...
Nos olhos de plástico,
No corpo de plástico,
No copo de plástico,
Alimentando o conteúdo
Do cálice de plástico...
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