FLOR DO SERTÃO
Onde há ouro,
Não pode haver miséria!
Nem todo brilho que reluz,
Aos olhos sedentos farão clarear!
Dentro do peito
Existe um coração que pulsa,
Por emoções compulsas...
E que loucas vontades repulsas!
Do pensamento,
Nascem milhares de imaginações
Que viajam por horizontes sem fim...
Dos anseios, cursadas alucinações!
No bolso, nem um tostão sequer...
Só a face de um ser semelhante,
Que extrai da planta divina
O credo de homem fiel!
Silueta de bom varão
Que satura na palma da mão,
Tilomas cingidos
Por um tempo acerrado pelo chão!
Um ser, um cidadão
De um Brasil mais brasileiro!
Do sul, sudeste e oeste,
Do norte, leste e noroeste!
Num recanto qualquer,
Num canto de desencantos...
Pelas fendas dos solos adjacentes,
Donde colhe do parto as sementes!
Frutos d’um seco nordeste,
Filhos d’um vasto sertão!
Onde há ouro...
Não pode haver miséria, não!
Out-2001
Autor: Valter Pio dos Santos