Invisíveis
Ao redor de grandes multidões,
O cotidiano em plena correria,
Vejo as almas vazias sem corações
Morrendo um por um a cada dia
Paralisado observo cada avenida
Carros e motos são velozes,
Dentro de nós o silêncio homicida
Sempre serão nossos algozes!
A cidade é a floresta de concreto
Como ao buquê mortas flores,
Cada um de nós, o simples objeto
Perdemos nossos reais valores
Somos nas metrópoles mercadorias
Dentro de conflitos interiores,
No ranger dos dentes as sinfonias
Das solidões e seus temores
Escondemos os rostos nos capuzes,
Ouvindo música e noticiário,
Carregue você mesmo as suas cruzes
O regime egoísta carcerário!
Cada um se se fecha por completo
Em seu mundo de aspereza,
Sentindo a falta do verdadeiro afeto
Em troca da falsa gentileza
Não passamos de vultos carentes,
A esperar situações previsíveis,
Presos a mesquinhez das mentes
Por isso seremos invisíveis!