ENTRE A RAZÃO E A ANARQUIA
Já fiz muito verso a noite
Mas fiz muito mais de dia
Fiz verso em dias de chuva
E em dias de ventania
E já fiz muito verso bom
Mas também muita porcaria
Sou mescla de tudo aquilo
Que existe no nosso mundo
E trago dentro da alma
O conhecimento profundo
Da evolução que se processa
Em nós a cada segundo
Sou bem do jeito que sou
E isto me da alegria
Vivo entre o bem, e o mal
Entre a razão, e a anarquia
Pois entre o céu, e o inferno
Meu verso é um marco, uma guia
A tristeza no meu corpo
Se ela nascer não se cria
Paguei o que devo ao diabo
E com Deus eu ando em dia
Por que dever pra estes dois
É se meter numa fria
Não faço aos outros aquilo,
Que pra mim não gostaria
Pois se colhe o que se planta
É o que algum sábio diria
E é das coisas mais simples
Que nasce a sabedoria
Nascer, viver, e morrer
É o certo, alguém já dizia
Mas se a alma deixa o corpo
Traz dor, tristeza, e agonia
Pra aqueles crentes, descrentes
Que vivem só de heresia