POÇOS DE VIDA
Cada pessoa é um elo
Formando a corrente forte
Que une de leste a oeste
Do extremo sul ao norte
Este Brasil columbino
Deixado ás margens da sorte
Quando sede e fome, assolam
Nossa carcaça mortal
Só um cristo contemporâneo
De integridade moral
Pra unir o povo sofrido
Em torno de um ideal
Abrir poços no nordeste
E na aridez do sertão
Prova que pouco “cascaio”
Faz brotar água do chão
Pra irrigar a esperança
Que há em cada coração
Pra erradicar a miséria
Não existe outra saída
Vamos unir nossas forças
Gerando a seiva da vida
Devolvendo aos nordestinos
A dignidade perdida
E a água vinda da terra
Para os irmãos nordestinos
Que desprovidos de tudo
Vagavam em desatino
É um facho de luz aceso
Traçando novos destinos
Com bom senso, e pouca grana
Há poços de vida abertos
Se a elite dobrar a espinha
Vai seguir nos rumos certos
E haverá um tapete verde
Cobrindo os mortais desertos
Cada um fazendo um poço
Não vai pesar pra ninguém
E podes crer, meu irmão
Que o retorno de Deus vem
Além da plena satisfação
De ajudar quem nada tem
Sou do sertão nordestino
Cabra macho, sim senhor
Se morrer, morro sorrindo
Mas sem dar mostras da dor