NO DESESPERO

Dois anos desempregado

Num desespero profundo

Batendo pernas ao léu

Nas raias do submundo

Buscando em cada entrevista

Um emprego de valor

Que lhe elevasse de novo

De indigente, a senhor

Mas vão fechando-se as portas

Por ele andar maltrapilho

Que nem arroz branco pode Levar a boca dos filhos

A mulher só pele e osso

Já tomada de fraqueza

Consola os filhos que choram

Sobre as migalhas da mesa

Seu olhar sofrido corre

A registrar tanta tristeza

E lhe corrói as entranhas

Tão miserável pobreza

Pega uma faca e sai pronto

Pra assaltar não sabe quem

Mas transtornado ele acaba

É tirando a vida de alguém

Chega a policia, lhe prende

Baixa direto ao presídio

E neste instante sua vida

Passa-se em cenas de vídeo

Se sente igual passarinho

Atrás das grades de aço

Aonde animais humanos

Matam-se por um espaço

E ninguém escapa ileso

Do esquema carcerário

Pois impera a lei da selva

No sistema penitenciário

Aonde manda o mais forte

E a lei do silencio é maior

Não tem homem, nem mulher

E só sobrevive o melhor

Reza a DEUS, o pai supremo

Pra que perdoe seu erro

E abençoe sua família

Mesmo sobre o seu enterro

E que lance um raio de luz

Dos confins do infinito

Pra iluminar cada alma

Daquele lugar maldito

E pede então com muita fé

Que ao sair desta prisão

Deus lhe proteja de outro erro

E que aos seus, não falte mais pão

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 13/08/2012
Código do texto: T3828301
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