VOZ QUE CLAMA NO DESERTO (UM GRITO DE DESABAFO DO POETA)
NESSAS TERRAS BRASILEIRAS
QUE DAQUI TRISTE OBSERVO,
VEJO GENTE SEM ESPERANÇA
E UMA ESPERANÇA EM MIM CONSERVO.
NESSAS TERRAS BRASILEIRAS
ABANDONADAS QUE VEJO ALÉM,
TANTA GENTE SEM UM LAR,
SEM UM PEDAÇO DE CHÃO QUE NÃO TEM.
NESSAS TERRAS BRASILEIRAS
OUÇO O GRITO DE UMA MULHER,
QUE JÁ VELHA EM IDADE
É TRATADA COMO QUALQUER.
OUÇO O CHORO DE UM PAI
QUE DESEMPREGADO VÊ O FILHO SOFRER,
PEDINDO UM PEDAÇO DE PÃO,
E COM LÁGRIMAS DIZ NÃO TER.
NESSAS TERRAS BRASILEIRAS
ONDE MUITOS ESTIVERAM,
VEJO GENTE QUE TEM MUITO
E OUTROS QUE NADA TIVERAM.
É AQUI QUE EM POESIA SONHO
NESSAS TERRAS ONDE NASCI,
COM UM BRASIL MAIS FRATERNO
QUE AJUDE O POBRE A SUBSISTIR.
ENQUANTO ISSO NÃO ACONTECE
PONHO-ME EM VERSOS A DESABAFAR;
COM MINHA ALMA QUE SE ENTRISTECE
PROMETO COMO POETA NUNCA CALAR.
NESSAS TERRAS BRASILEIRAS...
NOTA: O poeta escreveu esta poesia quando participava de uma festa e, olhando ao longe, observou muitas terras inabitadas. O tempo parou para o poeta. Ele pensou naqueles que não têm se quer um pedaço de chão para plantar ou morar; que vivem com mísero salário, condicionados a pagar eternamente um aluguel sem retorno.
Prezado leitor, agradeço-lhe por sua agradável visita. Você muito me honra com seu carinho.
Fique bem e seja muito feliz. Receba um forte, caloroso e respeitoso abraço deste amigo, poeta Rogério Ramos, o escritor da liberdade.
RIO DE JANEIRO, 28/06/2003 – 14h31minhs.