BALA PERDIDA
Parecia tão doce,
Sabor de hortelã,
Caiu d’uma viga;
De cima da laje,
Ele vê a imagem,
Envolta em formigas.
A linha da pipa,
Na ponta da ripa,
Ele amarra e pula;
Era o doce que tinha,
Parecia tão docinha!
Entenda! Não é gula!
Envolta em poeira,
Na água da torneira,
Ele dá uma sacudida;
Então, ele volta pra laje,
Na mente a imagem,
Da bala, quase perdida!
Na mente a imagem,
Na boca o doce,
Com sabor de hortelã;
Na alma a esperança,
De tão pobre criança,
Estar viva amanhã!