INTOLERÂNCIA*
Amordaçada,
nos pés pedras amarradas,
e na rede de relacionamentos
uma namorada.
Morta.
Quem se importa?
Morta Chaiane,
que se dane.
Quem liga?
A polícia investiga:
dez perfurações de bala,
e Jardim Paraíso se cala:
garçonete, que mais o diga?
Que mais se diga, coisa maluca?
— Escolha de não morar na Tijuca
e amar com o amor tão anverso.
(Destino audaz, controverso,
supõe que afaga quando machuca.)
* Tributo à jovem Chaiane, garçonete de Santa Catarina, cujo assassinato divulgado pela imprensa nacional expõe o grau inexplicável de perversidade humana contra o indivíduo e a família.
Amordaçada,
nos pés pedras amarradas,
e na rede de relacionamentos
uma namorada.
Morta.
Quem se importa?
Morta Chaiane,
que se dane.
Quem liga?
A polícia investiga:
dez perfurações de bala,
e Jardim Paraíso se cala:
garçonete, que mais o diga?
Que mais se diga, coisa maluca?
— Escolha de não morar na Tijuca
e amar com o amor tão anverso.
(Destino audaz, controverso,
supõe que afaga quando machuca.)
* Tributo à jovem Chaiane, garçonete de Santa Catarina, cujo assassinato divulgado pela imprensa nacional expõe o grau inexplicável de perversidade humana contra o indivíduo e a família.