Clandestinos

Éramos tão inocentes

Esperávamos o momento certo

Juntávamos forças e dizíamos:

Uma hora vai acontecer, seremos libertos!

Mas nada aliviava os nossos pavores

Nem nossas vergonhas ou culpas.

Então começamos a atear fogo

Nas bênçãos então inventadas

Em tantas desculpas esfarrapadas

Deixamos pessoas atordoadas

Frases nos muros e em tantas calçadas

Pintamos a cara, e não mudamos nada

Chegamos ao ponto da desconstrução

Desde então somos clandestino

Imorais, sem tino, apaixonados, anti sociais

Apaixonados pelo prazer de prestar mais atenção

Com bandeiras brancas nas mãos

Libertos dos monstros da ignorância

Tentando tratados de paz, novas alianças

Somos deixados pra trás

Não saímos nos seus jornais

Nos julgam anarquistas demais

Nossa música não toca em sua rádio

Seus chefes nos olham com escárnio

E nosso crime é a liberdade

De poder melhor a nossa cidade, nosso estado, nosso país

É ver nosso povo feliz.

Mas isso não é bom pra vocês,

Vocês nos ferram, nos apagam de vez

Querem ter seus lugares seguros,

Nos enclausuram em altos muros

Com controles na mão pra nos controlar

Acontece que alguns de nós usam vendas

Outros não sabem voar...

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 04/08/2012
Código do texto: T3813305
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