ROSA NORTA II *

Rosa Norta é moça nova

menina, ainda, já é vadia.

Caminha triste sem bem-querer.

Na avenida da Ribeira

ganha passo reluzente

pela vida inteira.

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Pela vida inteira...

Será uma sentença?

O que será dessa Rosa?

Sem passado, nem presente.

No futuro o que virá?

Talvez um frio corpo

e nunca mais

Rosa Norta brilhará.

Ou quem sabe

ela possa se tornar

participante do INSS,

dos pagamentos no final do mês,

dos fios brancos nos cabelos,

das cortinas de flores de anil.

Uma melhor velhice pode ter:

Viagens e festas na terceira idade.

Bônus de uma carteira assinada.

Que o futuro a proteja

de uma vida triste,

mas também, de um futuro

sem Rosa.

Melhor mesmo é a Rosa

poder sair da roda

de estrela perdida

e enfim se entregar

ao bendito caminho

da poesia.

Quem sabe?

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1. Na primeira parte desta poesia estão trechos de outra poesia denominada por "ROSA NORTA" que ganhou premiação de publicação em 1987, no livro "NOVOS POETAS BRASILEIROS", da editora Shogum Arte. Poesia da mesma autora Suely Rocha [Rodrigues].

2. A segunda parte foi inspirada em Texto poético do poeta Alfredo D Alencar, publicado em 31/07/2012, aqui no Recanto [Obrigada poeta].

3. Ambas poesias revelam uma situação social que não foi vivida pela autora, mas que foi presenciada e causou pena, compaixão e vontade de mudar as situações tristes [ droga e prostituição] daquelas meninas moças. Aqui há um apelo para a reflexão e para ação.

Suely Rocha Haussler Rodrigues
Enviado por Suely Rocha Haussler Rodrigues em 31/07/2012
Reeditado em 11/03/2020
Código do texto: T3807267
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