Pelas janelas da vida...
Sentadas no meio-fio da calçada
Sujas, com roupas maltrapilhas
E olhares vazios, elas aguardam
Por um pequeno sinal de socorro
Que as façam participar
De uma sociedade menos egoísta.
São elas, crianças,
Que estendem as mãozinhas
Aguardando uma acolhida
Do bem, que ainda possa
Haver em nós.
São coraçõezinhos
Que apesar de apedrejados
Ainda guardam em si
A sensibilidade do amor.
São corações feridos
Que sangram, idêntico
Sangue vermelho, como os nossos.
São corações sensíveis
Que sem sombra de dúvida
Guardam mais sensibilidade
Do que os nossos corações.