AMIGO "ENTRE ASPAS "
“Amigo”
Não me faça adentrar,
Nessa turva boca de lobo...
Nessa trama não posso estar,
Pois não serei assim tão bobo...
Jamais fui água de ribeirão,
Nem tampouco veio de poço...
Não sou o cão e nem o osso,
Nem me inspira sua distração...
Sei que ainda sou bem moço,
Pra me meter nessa cilada...
Seu oceano é o maior colosso,
Mas vou surfar n'outra enseada...
Prefiro o som de uma guitarra,
Dedilhada em minhas mãos...
Esse escarcéu não me amarra,
Não me gusta a corrupção...
Minha onda é azul,
É assim, é sensacional...
Nasci na zona sul,
E sou da cor do carnaval...
Sua sacola,
Em Atenas não mais cola...
É apenas um largo embornal,
Que as cores de tua bandeira isola...
Desconheço o sabor de sua uva
E nem quero conhecer,
Gosto de cabo de guarda-chuva...
Nunca fui capa de luva,
Nem tampouco manto de viúva...
Mas lhe digo meu caro “amigo”
Jamais serei teu inimigo...
"Amigo"
Fora dessa, sempre estarei...
"Amigo"
Nessa, nessa eu não embarcarei!
Autor: Valter Pio dos Santos
Jul-2010