MIRADOR
Em meio a parques,catedrais e circos,
em meio a fábricas,cabarés e mortes,
em meio a ânsia de ganhar a sorte
o homem vive a ilusão da vida.
Não sabe ainda o que é salvar a alma,
nem bebe a água ao chegar da lida.
Em meio ao sol do meio-dia infindo
em que o homem geme e chora rindo
o sino-dor repica em sinfonia,
sem harmonia ou canto seja
de quem for a alma da guia
já que o homem anda por tanta agonia
enquanto mil olhos para ele olham
sem querência,como bichos,sem dó
no instante em que o homem cheira
a lixo,
antes mesmo de voltar ao pó...