661) A beleza e a altivez
Faltam-me a beleza e a altivez da juventude,
Contudo, resta a maturidade capenga,
Nesta que por vezes nos vemos brincando,
Feito crianças.
E sentimos sobre nossas cabeças
O olhar dos desconfiados
A interrogar grotesca cena,
Do que se é permitido ainda luzir nesta idade.
Certa de que a nós são permitidos bem mais que agulha e crochê,
Talvez um lenço meio démodé,
A nos enroscar o pescoço e ombro em noites frescas.
Ou dançar na esquina à luz da lua, com um gole a mais.
O que importa? É possuir o olhar apaixonado
E o gosto pelo amor que não se esvai
Aos olhares vadios, meu silencio, os cortam.
E o meu corpo baila a luz e aos olhos...