PORCOS

PORCOS

Comem dos primeiros e dos últimos farelos,

Banquete insano, bem urdido, bem engendrado.

Quadrilha dos colarinhos coloridos,

Bem desenhados na forma do capitalismo!

Raspam os tachos, e devoram qualquer plantação.

Bebem do álcool do petróleo, do diesel,

Bebem do sour sofrido desse povo, dessa nação.

Ratos correndo soltos pelo planalto,

Comem das cenouras, da soja, da rapadura,

Com apetite voraz, destrutivo.

Também comem da educação.

Gastam os lápis! Murcham as seringueiras.

Maquiavelicamente debochados.

Mostram os dentes para a sociedade,

Enquanto os braços agitam a banana!

Com sofreguidão glutoniaca raspam de tudo!

Torram Brasília no cobre!

Exibem-se também maquiavélicos,

Sem culpas nem remorsos sem medos.

FTO em abundância no corpo e nos bolsos,

A ludibriarem a consciência alheia.

Refugiados nos patamares da imunidade tardia.

Exemplo quixotesco de erva daninha,

Que se arrasta pelo Brasil varonil.

Enquanto cidadãos modestos são açodados.

Em cada pleito,

Saem livres dos, seus lares ansiando recomeço,

Em busca de dignidade que pari a urna.

Esse fantástico momento da cidadania, o sufrágio.

Contudo, voltam de lá,

Renovando mais um ciclo de impotência, escravidão,

E de dolorosas angústias!

Albérico Silva