KIM, Se Sentindo Frio
Tem pobre que não come o que quer
Mas o que deverá lhe sustentar
Tem rico que não come o que ele pode
Mas, sim, o que não lhe deixa engordar
Tem gente que não namora a quem ama
Mas... Quem poderá lhe proteger!
Gente que ama, sem amor, à sua cama;
Que ama por dinheiro, sem querer saber...
Uns oprimidos por ter pouco...
Porque o pouco não lhes basta
Outros deprimidos tendo muito
Suor, que não satisfaz a esta casta!
Gente por isso, gente por aquilo
E assim... Fica construído...
O opíparo país dos oprimidos
Onde, quem é mau, se dá bem, tranqüilo!
E o protegido que ama por dinheiro,
Não ama o colosso protetor!...
E por trás da cortina e “fora de sena”
Há seu verdadeiro e proibido amor.
E, neste caos, os “opostos” se desejam;
-O verdadeiro amor existe!-
Mas, em público, permanecem sós
-O homem dá um passo e desiste!-
O loiro quer estar com o moreno,
O certo se supõe esquisito...
O grande quer sair com o pequeno
E o feio quer com o bonito!
O dia sonha em passear à noite...
Quem é melhor, está errado!
Viver, a morte queria...
E o vivo quer desvendar o outro lado!
O preto quer ser branco, o santo quer pecar
O pecador quer ser santo...
E quem não ama quer amar
É preconceito próprio, melhor não comentar!...
Com um sorriso amarelo e falso,
O convencionalismo impera solto
É inveja! É querer ser e não querer dizer.
E assim, não somos um só povo!
Quando a argueiro do egoísmo saltar do olho,
E o homem sem inveja nem corrupção
Verá favela e corcovado com a mesma óptica.
Então, teremos um só coração!...
Quando acabarmos com este impasse,
Tudo será belo e de verdade!
Não vire a face! Não disfarce!
Esqueça o medo, abandone a vaidade.
Porque, sem entender o valor do sorriso
Nós, os seres sociáveis
Não teremos o nosso paraíso!
Seremos amantes, não amáveis...
Acabaremos sem frio e sem calor!
Ouvindo, sem saber o que falar,
Um anúncio que nos diz em promoção:
"Vende amor.
Ensina-se a amar"!...