Crianças na escuridão
Tantos olhinhos à espreita
Tantos rostinhos na escuridão
Na cidade não há luz
Tudo já se apagou
Não há carinho, calor, nem pão
Crianças que se perdem
Se perdem de casa, da infância
Há tanta hipocresia
E tanta criança de barriga vazia
Tantos risos na escuridão
Abafados pela noite, pela dor
Tantos anjinhos querendo voar
Querendo viver
Querendo um lar
Quanta infância roubada
Quanto futuro usurpado
quanto sonho degradado
Há um rosto em cada esquina
Uma luz que se apaga
Todo dia, a cada dia, no fim do dia
Há sempre uma criança
e uma esperança, na escuridão