Somos apenas humanos...
Não existe amor na cidade
Entre os prédios de concreto,
Nem espaço para a saudade
Um tempo pro real afeto
Pelas ruas e nas avenidas,
As pessoas correm em vão
Não vêem as rosas floridas,
Nem se queixam da solidão
O dia inteiro na correria,
Que mecaniza todo o pensar
Já se esqueceram da alegria
Do tempo para se sonhar
Quando deitados seu dormir
O ciclo perdura vários anos
Projetam a vida no produzir
Já não são mais humanos!
Só admiram a paisagem,
De seus objetos tão materiais
Iludidos não vêem a miragem
Das suas deficiências sociais
Pelas redes de computadores
Escondem aquilo que é real
Somos todos tão amadores
De um amor puro espiritual
Perdemos aquilo que fazia
Ser valoroso um doce sorrir
Agora só a ilusória fantasia
É o que sustenta seu existir
E quando já não há alegria
Nas drogas e psicotrópicos
Refugiam-se na psiquiatria
A realizar sonhos utópicos
O fim é a perca da identidade
Não encontrar um caminho,
Mais vale a intensa felicidade
Do que viver tão sozinho
Guarde toda a sua essência
Longe do seu cotidiano,
O amor é uma sábia carência
Para todo o ser humano.