DECLARAÇÃO INTERMITENTE
Eu solenemente prometo
A promessa maior de todos prometida
Solenemente prometo fazer promessas
E delas ser a mais esquecida
Eu solenemente declaro
A declaração dos séculos inventada
Solenemente declaro a mentira deslavada
E delas minha alma embelecida grita: É CARNE.
Eu solenemente e ardentemente exalo
Que dos quatro cantos de todos quatro montes
Retumbante e triunfante mostro e quero minha vontade
E querendo e mostrando nego dos outros, outras vontades
Eu solenemente e queixosa me denuncio
Denunciando e reclamando a verdade de todas
E bradando altiva e fortemente
Do meu erro me visto e das minhas falhas me calço
E solene, queixosa,
ardente, declaro na mais pura promessa
Não quero e nem posso mentir
Que sou tão diferente: SOU GENTE.