O Paranoá
O Lago
O Paranoá tem Iara,
Ecoa sua melodia,
Ouvi sua voz, sua fala
De contagiante alegria.
Tem sereia de negros olhos,
D’oiros cabelos, suave no toque,
Arrepio nos pêlos... Numa
Tênue consagração.
Paranoá que reflete Mistérios
De augusta beleza,
Aconchegado à natureza
Sob o olhar de carícias.
Paranoá de delícias!
Da calma que não tem segredo
Das almas que já não têm medo,
Águas que seguem a caminho do mar!
Troca o sul pelo norte,
Que já gritou sua morte,
Mas a consciência o salvou.
Iara tem lábios sedosos,
Por onde a graça vagueia,
Por mim, perde o juízo a sereia
E também sua parte de peixe...