A Prostituta

Eu sou filho da puta

Que todos se acham dono!

Cada qual mais quer usar,

Vai sendo entregue ao abandono.

Sonho embalado nos tempos idos,

Revelação mulher, rodeada de atrevidos.

Talvez por isso, tenha com tal sina nascida:

Vem da fome, do recanto, fácil ser prostituída.

Poderia dar alguma coisa que preste?!

Esta filha de mineiro com alguns cabras da peste!?

Encanto de vistas a qualquer horizonte, em não havendo

Justiça não há nada, dizem: comecemos, pois, o desmonte!

Está desamparada, suponho,

Não a protegem, do desmantelo:

Uns, a têm qual um sonho,

Outros, são, seu pesadelo.