Mea-Culpa

Desculpa seu moço,

Mas já não sou elemento de execução!

Se, ouso pensar, é que o rácio não me incomoda!

Veja bem, seu moço

Talvez queira uma palavra menos agressiva

Quiçá, covarde a satisfazer-lhe o ego!

Estagnado não ficou o tempo e,

Aboliram a escravidão!

A todos, dado: Direitos iguais!

Veja bem seu moço,

Hoje eu posso dizer:_Não!

Daí, não sou massa de manobra...

E, da política,

“Em grande medida feita de hipocrisia”

Posso ter um parecer!

Ah, desculpa seu moço,

Se a ignorância não é companheira minha,

E, se até mesmo, o andar na linha é relativo!

Meu papel é importante,

E, não se chama descarrego!

Sou operário da bravura...

A não ceder ao medo aprendi,

Mas covarde eu nunca fui!