Arcas do Tempo

Desfazem-se as marcas

nas arcas do tempo.

Ventos novos chegaram.

Levaram o lodo colado

no bronze das estátuas,

guardiães do quartéis.

Não apagaram as estrelas,

da memória dos coronéis.

Nas ruas estavam os canhões.

Nas praças,as mãos abertas

pediam paz e pão.

Disparavam palavras de ira

dentro das casas fechadas

no mapa latino-americano.

Revoltas armadas...

cortinas de fumaça.

Nos ares,cacos de telha,

cavalos trotando nas pedras,

ferros retorcidos,

pneus em chamas.

Bocas nervosas,

sopram a coragem,

desfazem o medo.

{Muros e corpos foram ao chão}

Aprisionados,

sugam os pássaros,o orvalho.

Escrotos devoram as flores,

assassinam as árvores.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 22/06/2012
Código do texto: T3737659
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