Mar morto

Tenra vida lançou-se ao mar

porque abriu mão de viver;

uma outra teve que fazer igual,

pois não abriu mão daquela,

tentando convencer que ela,

não tinha motivos pra morrer...

Que estranho, qual a razão,

para alguém assim tão jovem,

lançar-se de repente ao fogo?

Danando de vez, toda a terra

sem sementes, atos dementes,

de quem perdeu tudo no jogo.

Mas, qual seria esse jogo?

Se nem sequer idade tinha,

pra frequentar um cassino…?

A vida, pois, começa a morrer,

quando nosso labor, e o lazer,

se dão, num barco clandestino.

Os mercadores das ilusões

atraem a alma pra alto mar,

disseminando sorte trágica!

habitat, família, tem sua luz,

e somente na penumbra,

que se opera essa mágica…