A SENHA
A SENHA
Tantos Josés e Marias de tantas fé
ali com suas chagas na FILA
Corredores de dores que pedem "SILÊNCIO"
Os gemidos sussurrados, nas faces sofridas pela FALTA
A SENHA feito sonho alcançado após madrugadas frias
O lugar marcado, intransferível dali até a CURA
Neste campo de tortura, de fome, de dor
e do tempo, sem tempo de ESPERAR
Seus rostos, rotos, carentes e surrados pelo sol
alguns demais alterados
Transitam aos esbarrões, afoitos, coxos e envergados
Só querem o AR, que lhes pertencem por DIREITO
e que a SENHA muitas vezes diz; DIREITO NEGADO.
Nas mãos ásperas, trincadas e escravizadas a SENHA
umedecida pelo suor e sangue de suas feridas
Buscam o MÍNIMO, lutando aos trancos nos barrancos
para manter de pé seus CANTOS
tão caros, sem horizontes vastos
E em carne viva seus BARRACOS ali fincados
muitos invasores de pequenos metros quadrados
Sem derme, à flor do barro, quebrados e furados
pelos arsenais perdidos e mirados
Ali às margens dos corredores das DORES
que pedem SILÊNCIO em busca do AR e da CURA.
(Pensamentos e palavras Stella Maris 06/2012)