SEM SAÍDA (*)

Um isqueiro, uma tragada

e a lucidez é arrastada.

Ele sente, meio dormente,

que sua mente agora mente

uma verdade sem maldade.

Saudade

do que nunca lhe veio ao encontro.

Piedade ao menino de pouca idade

que na ausência de caminhos

resolveu parar de caminhar.

Os pesadelos o fizeram parar de sonhar.

As constantes dores o impediram de procurar a cura

para esta coisa que nunca para de machucar.

É a vida

de quem já nasce sem saída.

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(*) as ausências de caminho, os meninos-de-rua, a violência imperando no país e os políticos, ao invés de pensar seriamente em Educação, pensam somente no próprio bolso.

Flávia Martin
Enviado por Flávia Martin em 07/02/2007
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