Uma causa justa.
Que te valem mil olhos se não enxergas,
E tua visão e tão boa!
Qual teus ouvidos tão surdos
No entanto ouvis tão bem!
Quanto as tuas mãos que têm tamanha liberdade
E tu as deixas presas
Como fossem já mortas.
Há dias Que a fome mata,
Há dia que se mata a fome
E qual destes será o teu dia?
Que vejam teus olhos também os alheios sofrimentos!
Tu perguntas que tenho eu com isso?
Ora! Acaso estás sozinho a gira no globo azul,
E tu não reclamas a tua parte no universo das coisas,
Pois faze também um pouquinho!
Que cheguem a teus ouvidos os lamentos de outras vozes...
Quebra o que prende as tuas mãos, que elas sejam benditas...
Que elas semeiem o pão a outras...
Que sejam vivas de fato.
E abram-se a favor de uma causa justa.