Alteridade dos egos

O amor fugiu, o sol surgiu, e,

de repente estamos sós, mais uma vez...

Através do diálogo, leve e conciso,

percebe-se a razão na qual inventamos

um elo entre passado e futuro.

Nessas paisagens repletas de amor

sentimos que algo se foi, apenas,

a dualidade do acaso: ora triste, ora alegre,

mostra-nos, com certa frieza,

um destino composto por monólogos

- atualmente, angustias e medos -

descrevendo a atuação de cada um

no seu improviso de circunstâncias.

Atualizamos nossas vidas inertes

com apenas um toque,

como se pudéssemos dizer:

“Ei, veja como sou feliz!”...

Não, nada disso,

essa suposta Felicidade

é, apenas um momento

dentre tantos outros que virão,

perceberás agora que isso

que lhe mostraram como verdade

tivera sido tão somente ilusão.

Nos estados alterados de

vivência

existe uma linha tênue que separa

a sanidade da loucura

o amor do ódio

a felicidade da tristeza,

ou seja,

a ruptura desses limites

coloca o sujeito na condição

de rei ou escravo do seu destino.

Mesmo que haja alteridade

entre os egos

não haverá harmonia

entre os desejos,

pois o indivíduo não se vê

como pluralidade do desejo

do outro, mas apenas

sujeito que vive para

satisfazer a si próprio.

David dos Santos
Enviado por David dos Santos em 10/06/2012
Código do texto: T3716337
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