MANICURES
Mãos de manicure,
Mãos que pegam
Nas mãos que desfilam,
As peles frias,
Finas, sensíveis,
Peles cruas de gente madura,
Escuras mãos de ladrão.
Peles e unhas
Presentes no mundo,
Unhas sujas da terra
Das covas
Cavoucadas,
Peles sensibilizadas,
Unhas marcadas pela vida de luta
Dos veados e das putas,
Peles lisas, mas
Com rugas e rachaduras,
Dos destros e canhotos,
Planas ou convexas,
Sem atitudes aparentes.
Com a vida que pelas unhas
Entra, sem convite...
Penetras da vida...
Algumas de gente com garra,
Outras da malandragem,
De quem agarra o que pode,
Unhas de gente de nome,
E de desconhecidos.
Não pelas unhas foram
Levados para a vida a seguir.
Inocentes, e culpados,
Ambos ungueados.
Mãos trabalhadas de fora para dentro,
Não calejadas, esmaltadas,
E bem acabadas,
Unhas são a solidão,
Pois não participarão
Das atitudes dos seus portadores,
Serão testemunhas primeiras
Do que as mãos executarão;
A traição,
As atitudes frias e escusas,
Da subtração desleal
Por mãos-madrugadas
Pardas, que caminham
Junto aos muros,
E como todas as unhas,
Participam
E não dizem nada.
E voltam à manicure.
Mãos de manicure,
Mãos que pegam
Nas mãos que desfilam,
As peles frias,
Finas, sensíveis,
Peles cruas de gente madura,
Escuras mãos de ladrão.
Peles e unhas
Presentes no mundo,
Unhas sujas da terra
Das covas
Cavoucadas,
Peles sensibilizadas,
Unhas marcadas pela vida de luta
Dos veados e das putas,
Peles lisas, mas
Com rugas e rachaduras,
Dos destros e canhotos,
Planas ou convexas,
Sem atitudes aparentes.
Com a vida que pelas unhas
Entra, sem convite...
Penetras da vida...
Algumas de gente com garra,
Outras da malandragem,
De quem agarra o que pode,
Unhas de gente de nome,
E de desconhecidos.
Não pelas unhas foram
Levados para a vida a seguir.
Inocentes, e culpados,
Ambos ungueados.
Mãos trabalhadas de fora para dentro,
Não calejadas, esmaltadas,
E bem acabadas,
Unhas são a solidão,
Pois não participarão
Das atitudes dos seus portadores,
Serão testemunhas primeiras
Do que as mãos executarão;
A traição,
As atitudes frias e escusas,
Da subtração desleal
Por mãos-madrugadas
Pardas, que caminham
Junto aos muros,
E como todas as unhas,
Participam
E não dizem nada.
E voltam à manicure.