TURBIDEZ
Idealista que sou!
Predizendo um sonho,
Ali, assim permanecia eu,
Quando de repente...
Ih... Sujou!
São aqueles canalhas,
Os fulanos voltaram...
São eles de novo!
Os caras de navalhas,
Aqueles que fraudam
O dinheiro do povo,
Do pobre proletário...
Do homem sonhador!
São aqueles da corrupção,
Dos rombos milionários...
Das levas da contravenção,
Dos noticiários da televisão!
O que iremos fazer?
Diga aí meu irmão!
E aí senhor comandante
Desta tão nobre nação...
Desta pátria retumbante,
Verde, amarela, azul anil!
Esclareça pra sua aldeia
O que haverá de fazer,
Mas se for o que nunca fez,
Não, por favor, não...
Não faça isso outra vez!
Articule senhor presidente,
Das vastas terras deste Brasil...
Dê moral pra esse povo,
Pra sua augusta nação...
Reflita!
Pense com o coração,
Mas nos aponte...
Uma precisa solução!
Não me leve a mal,
Senhor presidente...
Nós somos bem diferentes,
Não somos cara de pau!
Nós somos homens normais,
Sem presas de serpentes...
Só queremos, sermos iguais,
Jamais fomos dementes!
Estamos do lado de cá,
Mas não somos sua plateia...
Até podemos te dar
A saída numa grande ideia!
Dê uma tacada de mestre
E engavete as bolas da vez,
Experimente, faça esse teste...
Colocando-as no xadrez!
Mas terá que confiscar
Os defraudados bens,
Porque esses...
Eles são nossos também!
Não é?
Excelentíssima excelência!
Então diga lá...
Quão é essencial a decência!
Mas no, porém, do vaivém...
Só precisa se pronunciar,
Anunciar pela TV!
Estamos aqui de pé
Pra escutar você...
É tão simples não é!
O que esse povo quer,
É acabar de vez
Com toda essa turbidez!
Será que vamos vencer...
Necessitamos viver,
E não somente sobreviver...
Beber água da limpa,
E não água da beira...
Beber água de mina,
E não daquela de cachoeira!
Nós carecemos de pouco,
Contra a turva estupidez...
Nós só pretendemos ver,
É acabar de vez...
Ô senhor comandante,
Com essa estúpida turbidez!
Vamos lá
Senhor dirigente,
Diga Já...
Senhor presidente!
Autor: Valter Pio dos Santos
Jun-2012