O nordestino tem sede
O nordestino não suporta.
Tanto sofrimento.
Meu Deus manda uma chuva.
Para aliviar esse tormento.
Estar cada dia mais difícil.
Um gole de água para beber.
Vala-me Deus meu senhor.
Por favor, venha nos socorrer.
Mandioca não nasce mais.
Os animais estão morrendo.
Diga meu amado Deus.
O que faço nesse momento?
A cada dia que passa.
Ta difícil viver aqui.
Só quero um gole de água.
Para minha sede matar.
Já rezei o bastante.
Agora não agüento mais.
O carro pipa quando vem.
É de quatro em quatro dias.
Deixei de tomar banho.
Para a sede poder matar.
Pois as águas encardidas dos açudes acabaram de secar.
Fizeram tantas promeças.
Dizendo resolver a situação.
Abandonaram-nos.
Só volta no tempo de eleição.
Nem lagrimas tenho mais.
Estou cada dia, mas fraco.
Hoje vi cair ao chão à única vaquinha que alimentava a enorme filharada.
Não sei o que vai ser.
Se a água no sertão não correr.
Já estou passando fome.
Velei-me meu Senhor venha socorre.
É muito triste ver os animais morrer a toda hora.
É nessa hora amigo que o nordestino chora.
É tanto gado morrendo já não falo das plantações.
Até as plantas de espinho esta morrendo no sertão.
As crianças deixaram de ir para a escola
Pois não suporta, mais a falta de comida e de água o que é que a gente faz?
Quando o carro pipa chega é apenas vinte litros de água por pessoas.
Mal mente da para beber quanto ao banho tenho que esperar chover.
Aqui eu me despeço pedindo a sua ajuda.
Faça uma correte de fé para a chuva cair.
E eu continuar a existir.