SE NÃO FOSSE

pela pegada assassina

Pela faca suja de sangue

Pela carne aberta da inocente vítima

Se não fosse pelos famintos lobos

que enchem as ruas frias

Eu dizia

Ainda vives esperança

deitada à beira do mar

nas lajes deste caminho

Se não fosse pela liberdade

sufocada, soterrada

engolida pelo alçamento

de fanatismos sucessivos

Se não fosse

pelos degolados alentos

Eu dizia

Ainda ficas esperança

neste chão de misérias

vagando, mergulhando

apanhando murchas essências

Cruz Martinez (da Galiza)
Enviado por Cruz Martinez (da Galiza) em 31/05/2012
Código do texto: T3697747
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