Sem dias bons
Uma mulher sem classe.
Essa era a definição que lhe cabia.
Antes de tudo era isso. Era crua.
Mas é que não lhe cabia a classe
Muito menos a perfeição do mundo.
Tudo que viva era sem classe e sem requintes.
Ela existia para sustentar a classe das outras.
Luxo mesmo era quando sabia que o mês estava fechado
E a faxina pagara as contas.
Aí é que se sentia no direito de classe.
Batom, bolsa e sandália.
Ia bater samba na gafieira
Era patroa de si por uma noite, dentro de trinta.