O povo brasileiro
O luar brilha em noite de estrelas celestes,
Mas o mar não reflete tão belo o Céu
Quanto as ondas molham o navio do tráfico...
Nele vão negras peles à espera do que fostes,
Pobres deste Brasil, mãe de rosto com véu
Falseado com a luz do Céu nos Trópicos...
Escuridão que persegue os ares, oh Trevas,
Por que tu persegues a tua cor tão intensamente?
Oh luz do Sol, por que a tua cor persegue também os negros?,
O sangue de um povo que seria um só na relva
Derramado pelos Colonos injustamente...
Tão pobres seriam os futuros negros.
Oh, Mar, por que não afunda esse navio da injustiça?
Por que tu, oh mar, não destrói esse povo sofredor?
Será o Céu que causa essa mortalha,
Ou seria o Inferno que surge no passado que o atiça?
Mas por que a Espiritualidade não ajuda esse povo amador
Do sofrimento, da injustiça, da batalha?
A maior Justiça para esse povo é a morte das diferenças
Entre brancos e negros que perdura nas mentes
Desse povo que supera todo o passado,
Mas que permanece sofrendo novas injustiças,
Mas que ama os sofrimentos indecentes,
Qual Cristo que morreu crucificado...
Então, Deus, perdoa esse povo sem levar as diferenças
Em consideração no julgamento dessas pessoas
Que te buscam procurando a redenção
Para os pecados cometidos no passado, na descrença
De que esse povo seria o futuro que ressoa
Neste texto que une os diferentes num só coração.