ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...
Desnuda dos pudores da castidade
Que há muito na verdade se lhe perdera
Passeia pela noite, medianeira
Medindo com seu salto alto, a calçada
E com seus passos, medindo sua vida...
A cara mascarada esconde a dor
Da vida de perdida em tantas madrugadas
Da entrega nesse ofício, definhada
Na cumplicidade dessa luta malograda
Na guerra do sexo afiançada...
Um carro, um cliente,... um qualquer
Um homem, um monstro,...ou quem sabe
Poderá ser talvez, outra mulher?
Um político, um religioso,
Um marido extremamente fiel
Um adolescente em ritual de iniciação...
O preço pago, é o que importa,...
Leva quem vier... E pague o preço,
O produto exposto de minúsculos trajes
No comércio noturno do calçadão
Quem pagar leva a carne o corpo à mostra
Dentro dele escondido, torturado
Um frágil e massacrado coração...
Ôh mulher de vida fácil, mais difícil!
Carne viva em açougue humano...
Esconde atrás da porta sua pureza e seus sonhos
Não de um príncipe encantado, mas um amor
Que descubra uma flor na movediça
Reconheça na flor, uma primícia
Alma, essência, algo que lhe dê algum valor...
Mata a fome de alguém que a consome
Para por no outro dia o pão na mesa
Aceita em seu corpo visita alheia
Que come a carne crua e indefesa...
A devora na fome de suas taras
A consome como fera a uma presa.
No labor massacrante desse ofício...
De antigo que é, de tantas eras:
Madalena arrependida, conhecida
Foi julgada e condenada por sua vida...
Quem quiser mude o rumo da história
Ou quem se julgue inocente feito outrora
Faça o seu monturo de pedras e preconceitos
Valendo-se de seu direito comece então agora
Com mãos fortes, ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 24/05/2012
Desnuda dos pudores da castidade
Que há muito na verdade se lhe perdera
Passeia pela noite, medianeira
Medindo com seu salto alto, a calçada
E com seus passos, medindo sua vida...
A cara mascarada esconde a dor
Da vida de perdida em tantas madrugadas
Da entrega nesse ofício, definhada
Na cumplicidade dessa luta malograda
Na guerra do sexo afiançada...
Um carro, um cliente,... um qualquer
Um homem, um monstro,...ou quem sabe
Poderá ser talvez, outra mulher?
Um político, um religioso,
Um marido extremamente fiel
Um adolescente em ritual de iniciação...
O preço pago, é o que importa,...
Leva quem vier... E pague o preço,
O produto exposto de minúsculos trajes
No comércio noturno do calçadão
Quem pagar leva a carne o corpo à mostra
Dentro dele escondido, torturado
Um frágil e massacrado coração...
Ôh mulher de vida fácil, mais difícil!
Carne viva em açougue humano...
Esconde atrás da porta sua pureza e seus sonhos
Não de um príncipe encantado, mas um amor
Que descubra uma flor na movediça
Reconheça na flor, uma primícia
Alma, essência, algo que lhe dê algum valor...
Mata a fome de alguém que a consome
Para por no outro dia o pão na mesa
Aceita em seu corpo visita alheia
Que come a carne crua e indefesa...
A devora na fome de suas taras
A consome como fera a uma presa.
No labor massacrante desse ofício...
De antigo que é, de tantas eras:
Madalena arrependida, conhecida
Foi julgada e condenada por sua vida...
Quem quiser mude o rumo da história
Ou quem se julgue inocente feito outrora
Faça o seu monturo de pedras e preconceitos
Valendo-se de seu direito comece então agora
Com mãos fortes, ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 24/05/2012