Banana engasgada

Lá vem o tempo de mudar moscas,

Dessa merda que não muda nada;

Refinadas falas inclinações toscas,

Mesmo parafuso apertando roscas,

E o pior, a imposição dessa toada...

Alegam que tenho na mão o poder,

Que sou gerente do calor e do frio;

Ah, se eu tivesse mesmo, iriam ver,

Com que presteza e com que prazer,

Os mandaria para a ponte que caiu...

Nem venham que não tô de boa veia,

Escolham outros pra dançar ciranda;

E nem insistam que minguante é cheia,

Pois, com um terço do que alardeiam,

Eu os buscaria sem sequer propaganda...

As velhas raposas fazem poses castas,

Prostitutas sem bolsinha vão à igreja;

Meu cavalo sabe suas palavras gastas,

As maquetes remontadas de eras vastas,

Cariciam verdade pela plata que se deseja...

Os decanos das tetas dizendo se novos,

E os novos sonhando ser como aqueles;

Sem fazer omelete quebram certos ovos,

Sem cerimônia traem todos os povos,

Se facultativo, daria uma banana pra eles...