PODRIDÃO
Corpos saudáveis vestem
Almas em decomposição,
Mortos para a vida interior
Brincam de deuses como se imortais fossem,
Ditadores de leis, olham de cima
A multidão que se arrasta
E sobrevive dos restos, faminta,
Como cães na mesa posta
De seus fúteis banquetes,
Matam, roubam,
Vilipendiam o patrimônio público,
Degustam a existência num egoísmo vil
Olvidando os frutos da semente putrefata,
Julgando-se eternos e esquecendo
Que nada é para sempre
Na lavoura da vida terrena.